Tendência: 2020 inaugura os anos de ‘Flexibilidade Permanente’
23 de dezembro de 2019


Com 2020 batendo à porta, começam a pulular pesquisas e análises sobre as tendências que irão afetar o mundo do trabalho no próximo ano – o último da segunda década do milênio

 

Todas revelam, em contrapartida, um caminho sem volta: o da flexibilização. Dos processos, das pessoas, das metodologias, das culturas, das carreiras.

Tamanha elasticidade gerou até um termo, cunhado pela consultoria Mercer, em sua Pesquisa de Tendências de Talentos Globais: “Flexibilidade Permanente” – quando trabalhos flexíveis incorporam um estilo de vida fluido e digital.

A Flexibilidade Permanente envolve “repensar como o trabalho é feito e por quem”, observa a Mercer.

Os anos 2020 nos reservam uma realidade bem mais maleável: o nomadismo digital, os espaços flexíveis (coworkings) e o home office são estratégias adotadas com força por empresas do Brasil e do mundo.

Segundo pesquisa da consultoria com 680 empresas brasileiras, 35% já têm a opção de home office em dias da semana e 62% adotam horários flexíveis.

A razão é simples: as companhias já perceberam que funcionários que deixam de sacrificar horas diárias em congestionamentos, trens e ônibus lotados, ganham em qualidade de vida, autoestima e autoconfiança. E acabam sendo tão ou mais produtivos do que aqueles que estão nos escritórios.

Sabe aquela máxima do casamento, nem sempre cumprida, de que “cada um cede um pouco?”

As empresas cedem em condições dignas de trabalho, ferramentas digitais, comunicação alinhada com o escritório, manutenção do diálogo aberto e interação permanente; e o colaborador faz a sua parte estando presente, focado e decidido a visibilizar o fluxo de trabalho – tornando o processo claro e envolvente para ele e para o empregador.

Novos desafios
O trabalho dos anos 2020 não exigirá apenas boa vontade de ambas as partes, e sim uma nova forma de pensar as empresas. Os desafios passam por interdependência entre as equipes; supervisão de atividades e prioridades; olhar atento às cargas de trabalho; gerenciamento daquilo que não é visto; e alocação de recursos.

E, por fim, por como evitar atritos, aumentar a produtividade, a felicidade e a satisfação do colaborador.

A força de trabalho remota de 2020 estará hiper conectada, comunicando e colaborando a partir de qualquer dispositivo, de qualquer lugar do mundo.

“Quase a metade dos profissionais dos Estados Unidos trabalha em casa de vez em quando”, revela o LinkedIn.

E se engana quem pensa que o colaborador remoto produz menos. A Pesquisa Global de Engajamento da ADP, líder global em soluções de Folha de Pagamento e Gestão do Capital Humano (HCM), mostrou que 29% dos trabalhadores virtuais “são totalmente engajados”, contra 18% dos que não trabalham em home office.

Realizado em julho de 2018, o levantamento ouviu 19.346 funcionários, de 19 países, que trabalham em tempo integral ou meio período. E concluiu que os deslocamentos demorados rumo aos escritórios colaboram para o aumento do estresse e acabam restringindo o tempo que poderia ser usado com a família o esporte e o lazer.

Fato é que o modelo de trabalho remoto tem se tornado cada vez mais desejado pelos profissionais e que ambientes flexíveis tendem a atrair melhores talentos também.

Uma via de mão dupla.

*Marc Tawil é head da Tawil Comunicação, autor, palestrante e 1º LinkedIn Top Voices & Live Broadcaster