Nem agressivo, nem passivo: o segredo é ser um líder equilibrista
8 de outubro de 2019


Em seu novo livro, Jocko Willink e Leif Babin explicam por que manter a serenidade e encontrar um caminho do meio são atitudes importantes para os gestores

Como encontrar o equilíbrio entre a agressividade e a passividade? Essa é a pergunta que Jocko Willink e Leif Babin, ex-integrantes do Seal Navy, grupo de elite da Marinha americana, respondem no livro A Dicotomia da Liderança.

Quando saíram das Forças Armadas, os autores se especializaram em gestão de equipes e criaram uma consultoria que ajuda a construir times de alto desempenho. Para isso, usam a experiência que adquiriram no Seal.

Neste livro, o segundo da dupla, a proposta é ajudar os líderes a achar o caminho do meio. “Muitas vezes a liderança exige equilíbrio, e não comportamentos extremos. Encontrar o equilíbrio entre tendências tão diversas é o obstáculo mais difícil para os líderes.” Leia um trecho inédito a seguir.

Um líder e um seguidor

(…)
Ao longo da minha carreira na Marinha, muitas vezes quis mostrar serviço na liderança, mas falhei em seguir. Isso, em vez de destacar meu desempenho como líder diante da equipe, só prejudicou minha liderança. Nesses casos, tive que trabalhar pesado para reconquistar a confiança do grupo.

Como novato no comando de um pelotão da Unidade de Tarefas Bruiser, não compreendi esse ponto durante uma operação de treina¬mento, logo depois de me integrar à Equipe SEAL. Antes da missão em Ramadi, durante o ciclo de treinamento, desenvolvemos as habilidades de subir a bordo e controlar embarcações em alto-mar. Essas técnicas são conhecidas como operações de “Visitar, Embarcar, Procurar e Dominar”.

Antes das simulações em alto-mar, programamos várias horas de ensaios para fixar os procedimentos operacionais padrão e praticar movimentos, táticas e comunicações em um navio atracado no Porto de San Diego. Foi um ótimo treinamento para a complexa tarefa de embarcar e dominar uma embarcação em movimento.

Como alguns membros dos Pelotões Charlie e Delta haviam sido destacados para outros cursos e qualificações, naquele dia, a Unidade de Tarefas Bruiser era formada por indivíduos dos dois pelotões. Eu estava no comando, e nenhum dos líderes seniores do Pelotão Charlie pôde participar. Na verdade, o SEAL mais experiente ali era um membro do Pelotão Delta. Ele não era chefe nem suboficial, mas tinha várias missões no currículo. Como SEAL, eu só havia cumprido um turno até aquele momento.

Iniciamos os exercícios de movimentação, e os SEALs começaram a correr pelo convés para praticar o Cobrir e Mobilizar. Tudo estava indo bem até identificarmos um problema na terminologia que a equipe usava para se comunicar. Havia muitos termos diferentes circulando. Claramente, a equipe precisava se alinhar.