A Poupança registrou ganhos de rentabilidade de R$ 23,8 bilhões em 2020, segundo o BC (Banco Central). Esse é o menor valor para a Caderneta desde 2010.
O valor registrado foi impulsionado pela queda da taxa básica, a Selic. Os juros são usados para calcular o rendimento da aplicação. No ano passado, em razão da pandemia de covid-19, o Copom (Comitê de Política Monetária) precisou reduzir a taxa para estimular a economia.
Começou o ano aos 4,5% e caiu para 2% ao ano ao longo de 2020. Continua no mesmo patamar atualmente, considerado o mais baixo da história.
Na prática, a Poupança está rendendo 1,4% ao ano. No ano passado, a aplicação rendeu 2,1% –já a Selic não passou os 12 meses aos 2% ao ano. A Caderneta não superou a prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que foi 4,2%.
Dessa forma, os recursos aplicados perderam poder de compra. Ou seja, já não é mais possível comprar o mesmo que dava antes, no momento da aplicação.
Comparando com outras aplicações, a Poupança fica bem atrás do Ibovespa (+2,92%), o dólar (+29%) e bitcoin (418,7%), por exemplo.
Apesar dos ganhos baixos, a poupança registrou entrada líquida –depósitos menos saques– de R$ 166,3 bilhões em 2020. Esse é o maior valor da série histórica, iniciada em 1995. O valor é 377% superior ao de 2019.
De março a outubro, todos os meses registraram a maior entrada líquida em 25 anos. Houve interrupção dos recordes em novembro. Mas, em dezembro, o valor injetado na Caderneta voltou a ser o maior desde 1995. O desempenho no ano foi impulsionado pelo pagamento do auxílio emergencial, o coronavoucher do governo.