LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) se destacam por ser isentas de Imposto de Renda
Foto: Austin Distel/UnsplashOuvir notícia
Entre os diversos tipos de investimento em renda fixa, a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) se destacam por serem isentas de Imposto de Renda, atraindo olhares dos investidores.
Entenda como funcionam, qual a diferença entre os dois investimentos e como investir:
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa emitidos com o objetivo de levantar recursos para os respectivos setores. Os títulos são emitidos por bancos e corretoras de investimentos para financiar a operação desses dois setores.
Ao adquirir esse título, o comprador está emprestando dinheiro ao banco para que este financie a produção, comercialização e industrialização de insumos agropecuários e contratos imobiliários que contam com alienação fiduciária ou hipotecas como garantias, explica Francis Wagner, CEO do aplicativo Renda Fixa.
Pelo empréstimo, o investidor recebe uma taxa de juros no vencimento do título, além do valor aplicado. Uma característica das LCI e LCA é a isenção de Imposto de Renda.
Tanto a LCI quanto a LCA são ativos de baixo risco. Elas contam com proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O órgão garante que quantias de até R$ 250 mil por instituição sejam devolvidas ao investidor nos casos de falência bancária. O teto de proteção é de R$ 1 milhão por CPF.
O rendimento das LCI e LCA seguem três padrões de correção:
As Letras de Crédito são considerados ativos incentivados pelo governo por financiarem setores estratégicos e, por isso, são isentas de Imposto de Renda. Apesar disso, os valores devem ser reportados à Receita Federal na declaração anual, regra que se aplica ao restante da carteira de investimentos.
“Os setores imobiliário e do agronegócio são essenciais para o bom desenvolvimento da economia. Caso não houvesse essa isenção, os bancos emissores teriam de elevar suas taxas para ficarem mais atrativas aos investidores e, na outra ponta, aumentar as taxas cobradas dos setores, o que impactaria diretamente na atividade deles”, destaca Wagner.
A principal característica da maioria dos CDBs é a liquidez diária, que permite a retirada dos valores a qualquer momento. Para quem está formando a reserva de emergência, por exemplo, essa talvez seja a melhor opção, pois o investidor pode precisar desta poupança para cobrir alguma urgência.
Já para quem está pensando no médio ou longo prazo, as Letras de Crédito podem ser uma opção melhor, já que entregam um rendimento mais alto que os títulos privados tradicionais. No entanto, é indispensável colocar na ponta do lápis o rendimento dos produtos para decidir qual a melhor alternativa.
“É sempre importante que se aplique pensando em realizar objetivos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo, como viagens, aquisição de bens, férias ou até aposentadoria. Assim fica mais fácil encontrar investimentos mais adequados às suas necessidades”, orienta o especialista.
As Letras de Crédito estão disponíveis em bancos e corretoras de investimentos habilitados para a emissão desses títulos. São essas instituições que definem as regras do produto, como o valor mínimo de aplicação, a data de vencimento e a taxa de rendimento.
Para aplicar, o investidor precisa ter CPF em situação regular, uma conta —que pode ser aberta pelo aplicativo— e o valor disponível. As LCIs e LCAs ficam listadas no home broker do banco com as outras opções de investimentos em renda fixa. Durante a operação, é preciso escolher a opção que melhor se encaixa aos objetivos, considerando montante, liquidez e juros.
Nos títulos com prazo de vencimento, ao final do período, o valor retorna à conta, já acrescido dos juros. Para os produtos com liquidez diária, o resgate é feito manualmente, quando o investidor quiser, respeitando a carência de 90 dias imposta por lei.
Qualquer investimento que tenha data de vencimento deve respeitar este prazo, indicam os especialistas. Isso porque, quando há opção de resgatar o valor antes, ele sofre uma espécie de remarcação para ser vendido no mercado secundário, o que pode impactar no rendimento previsto.
Por isso, antes de escolher uma LCI ou uma LCA, é importante considerar quando o dinheiro será usado para evitar perdas. Nos casos em que o valor faz parte da reserva de emergência, é melhor optar por ativos que tenham liquidez imediata, como é o caso das contas remuneradas e de alguns CDBs.