O ChatGPT e o AI tomaram de assalto os feeds nos últimos meses. Em 2022, o estouro foi o Metaverso. Um pouco antes, foi o TikTok, as vendas em redes sociais e as lives. Retrocedendo alguns anos, a moda foram os aplicativos (para tudo e sem muito critério em muitos casos).
Ou seja, vemos um comportamento que se repete: a cada novidade, as empresas correm atrás do “prejuízo”, deixam outros projetos e investem na novidade no calor do momento. Claro, essas tecnologias são importantes sim e vão direcionar o mercado nos próximos anos, mas já está claro há algum tempo que o digital demanda consistência e um desenvolvimento constante que mudanças bruscas de direção inviabilizam.
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Não é por acaso que muitos dos investimentos nas ondas do momento não alcançam os resultados almejados. Basicamente, se tira recursos da tecnologia que estava maturando e poderia dar frutos e se coloca em outra que ainda está em um estágio anterior, de preparação, e que, portanto, não vai render de forma imediata.
Temos que ter algo claro. Colocar no ar ou para rodar não é a mesma coisa que ter resultados (e lucro). Além da questão financeira, é preciso treinar equipes, fazer testes, múltiplos ajustes e, principalmente, fazer integrações sólidas com os sistemas próprios já existentes, de parceiros e dos consumidores no caso de compras online.
Nesta fase, é fundamental ter em mente a importância da otimização do processo de venda de um lado, e da experiência de compra do outro.
Do que adianta ter um canal novo, barato e moderno, mas cuja usabilidade é péssima ou muito limitada?
Outra questão é que o papel de determinado recurso pode mudar ao longo do tempo. Vejam o caso do Instagram, de uma plataforma de geolocalização (os famosos check ins), passou para rede de fotos e agora abriga lives e muitas vendas. O WhatsApp é praticamente onipresente no Brasil e vem ganhando recursos também como a realização de pagamentos e transferências.
Dado a variação de comportamento e a demanda por personalização, as facilidades devem se somar. Alguns preferem a compra via aplicativo, outros pelo WhatsApp, outros em lojas físicas ou revendedores.
Porém, um alerta importante: ir apenas pela demanda do cliente ou pelo comportamento majoritário também é uma armadilha. É preciso acompanhar o mercado, buscando antecipar alguns movimentos (sem, friso, pular a fase de desenvolvimento e abandonar projetos mais maduros).
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A evolução das plataformas e tecnologias vem sendo muito rápida, assim como o comportamento de segmentos da população, especialmente as novas gerações, o que torna ainda mais necessário contar com times diversos e com um mindset de evolução constante.
Maturidade digital é muito mais que aderir mais rápido à onda do momento, é criar ecossistemas integrados e orgânicos que tenham sim capacidade adaptativa, mas, acima de tudo, sejam funcionais e eficientes, possibilitando que as tecnologias vindouras sejam integradas harmonicamente às já existentes.
- Nathália Dalla Corte é sócia e Vice-presidente de Business & Strategy da Cadastra, empresa global de soluções de marketing, tecnologia, estratégia de negócios, data e analytics.