Alternativos à poupança, títulos privados são opção de investimento em renda fixa
Marcos Santos/USP ImagensOuvir notícia
Os brasileiros que procuram opções de investimentos mais seguros e que rendem mais do que a poupança acabam encontrando opções em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).
Mas como ele funciona? Como investir? Tem imposto ou é isento como a poupança? Tire essas e outras dúvidas a seguir:
Sigla para Certificado de Depósito Bancário, o CDB é um investimento de renda fixa que oferece rendimento de acordo com o período de aplicação. Ele funciona como uma operação de crédito pessoal, em que o investidor empresta uma quantia para as instituições financeiras visando remuneração futura.
Nos últimos anos, a procura por esse tipo de aplicação tem crescido por se apresentar como uma alternativa mais rentável que a poupança. Isso porque, em geral, o CDB paga 100% do DI, índice que acompanha a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Os títulos privados são emitidos por diversos bancos e corretoras de investimentos, que usam esse dinheiro para custear suas operações ou para financiar empréstimos de outros clientes. Essas empresas têm autonomia para definir o valor mínimo de cada aplicação, a rentabilidade e a data de vencimento.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas estão aptas a adquirir o CDB e, quando decidem pelo ativo, já sabem quais são as características e quanto vão receber pela operação.
Os títulos privados são divididos em três categorias: prefixados, pós-fixados e híbridos. Veja:
Para usar qualquer produto financeiro, o investidor precisa ter CPF em situação regular e cadastro em um banco ou corretora. Antes do primeiro investimento, deve responder um questionário que indica quais os produtos mais indicados para o perfil do investidor.
Na sequência, é preciso acessar o home broker (tela de investimentos do aplicativo financeiro), buscar por renda fixa e clicar na opção de CDB. Feito isso, entre as opções disponíveis, escolha a que melhor atenda seu objetivo, considerando valor mínimo, remuneração e data de vencimento. A maioria dos bancos não cobra taxas por essa operação.
No vencimento do CDB, o valor aplicado é devolvido ao investidor acrescido de juros pela operação, na mesma conta corrente. Nos casos de produtos com liquidez diária, é possível resgatar o valor a qualquer momento ou esperar pela data final.
Um investidor pode perder dinheiro com aplicações em CDB, caso precise retirar o valor antes do vencimento.
Alguns títulos carregam um vencimento, que é a data mínima em que ele deve ser mantido no banco. No caso de resgate antecipado —quando o banco oferece essa possibilidade— o rendimento pode ficar negativo, uma vez que ele vai ser repassado no mercado secundário, que depende de um outro comprador interessado.
“A depender da taxa de rendimento e do vencimento, esse CDB pode ter procura limitada. Se a demanda for menor, é possível que o investidor perca todo o rendimento acumulado, ou até parte do que foi investido inicialmente. Resgatar um CDB antecipadamente não costuma ser bom negócio”, explica Guilherme Dultra, diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
Conforme orienta o especialista, antes de aplicar em um CDB, é importante avaliar quando vai precisar do dinheiro e, só depois, decidir em qual papel investir. Há opções com liquidez diária, que, embora rendam menos, permitem o resgate do valor a qualquer momento, sem prejuízo de variação do mercado.
Dultra afirma que quem está formando a reserva de emergência deve dar atenção a três pontos: liquidez, segurança e rentabilidade. Pesando essas questões, “os CDBs que pagam a partir de 100% do CDI com liquidez diária são uma boa opção”, diz.
Isso porque os títulos privados possuem liquidez diária e, portanto, podem ser resgatados a qualquer momento. Além disso, são cobrados dos papéis públicos a taxa de custódia —0,2% ao ano sobre os valores que passem de R$ 10 mil— e spread bancário, taxa cobrada para a venda antecipada.
No entanto, em relação à segurança, ele lembra que o CDB tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), enquanto o Tesouro Direto é protegido pelo Tesouro Nacional.
Os títulos de CDB são considerados investimentos seguros, pois contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o mesmo que protege depósitos na poupança. O órgão assegura o reembolso de valores investidos em caso de liquidação do banco emissor, com o limite de até R$ 250 mil por conta e até R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ.
As opções de CDB podem mudar conforme a instituição financeira. O mais indicado é pesquisar e comparar as alternativas entre os bancos e corretoras onde se mantém conta, e avaliar quais os papéis mais adequados ao seu objetivo, considerando o rendimento, a data de vencimento e o risco de crédito.
A remuneração do CDB pode sofrer dois tipos de taxação que diminuem ao passar do tempo. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) só incide em resgates feitos antes de 30 dias da aplicação e segue uma tabela regressiva que varia entre 100% e 3%.
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) também é descontado em uma alíquota regressiva, mas que vai de 22,5% a 15% a partir do primeiro mês, conforme tabela abaixo: