André Lopes Repórter
Empresas líderes em tecnologia estão se dedicando a um dos maiores desafios da inteligência artificial: tornar os chatbots mais engraçados.
O Google DeepMind, um dos maiores laboratórios de pesquisa em IA do mundo, tem focado em desenvolver inteligências artificiais que abordem problemas globais, desde a previsão de condições meteorológicas extremas até o desenvolvimento de novos tratamentos médicos. Recentemente, pesquisadores da empresa se depararam com um desafio peculiar: descobrir se a IA pode contar boas piadas.
Um dos comediantes comparou o humor da IA ao “material de comédia dos anos 1950, mas um pouco menos racista.” Alguns humoristas acharam a IA útil para criar um primeiro rascunho, mas poucos se sentiram felizes com o material produzido.
O DeepMind não é a única empresa de tecnologia pensando no senso de humor da IA, ou na falta dele. A xAI de Elon Musk posicionou o Grok como a alternativa mais engraçada aos chatbots rivais. A Anthropic lançou esta semana um novo modelo de IA, o Claude 3.5 Sonnet, que promete ser significativamente melhor em captar nuances e humor, entre outras melhorias.
Em uma recente demonstração da OpenAI, um usuário contou uma piada de “pai” para a versão mais recente e habilitada por voz do GPT para ver se a ferramenta a apreciava. O chatbot riu, embora não de maneira totalmente convincente.
Daniela Amodei, presidente e cofundadora da Anthropic, comentou que o humor é um desafio difícil de superar. Ela admitiu que o Claude ainda não tem a qualidade de um comediante profissional, mas afirmou que houve melhorias significativas.
Para as empresas de tecnologia, fazer a IA engraçada é um negócio sério. O foco atual é desenvolver chatbots conversacionais que possam lidar com consultas cada vez mais complexas dos usuários e serem agradáveis o suficiente para que os usuários continuem a interagir com eles em casa e no trabalho.
Em experimentos próprios com alguns dos principais chatbots, o humor gerado pela IA mostrou-se limitado. Por exemplo, ao pedir que Grok contasse uma piada sobre o CEO da OpenAI, Sam Altman, a resposta foi a opção mais seca possível: “Por que Sam Altman atravessou a rua? Para chegar ao outro lado da revolução da IA!”
Quando foi a vez do ChatGPT da OpenAI, do Gemini do Google e do Claude da Anthropic, as respostas foram igualmente desanimadoras. Claude usou o mesmo esquema da “travessia da rua”, com um final diferente: “Para pivotar para o outro lado!”
O Gemini foi um pouco mais original: “Sam Altman entra em um bar e pede uma rodada de drinks para todos. O bartender diz, ‘Uau, que generoso! Qual a ocasião?’ Sam responde, ‘Apenas comemorando a conquista da inteligência artificial geral… novamente.'”
Diante desses resultados, é tentador concluir que os chatbots precisam ser um pouco mais ousados, com o risco de aumentar o efeito diverso que piadas possuem na sociedade.