“Liderar é cuidar. O desafio de um head hoje é cuidar das pessoas”. A frase dita pela presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, guiou um dos três painéis de discussão do Women In Finance, evento organizado e promovido pela Fin4She (que pode ser assistido na íntegra neste link).
O debate entre diversas líderes ressaltou como as mulheres estão mais preparadas para os cargos de lideranças atuais, uma vez que as empresas não aceitam mais os modelos autoritário e tóxico, e buscam líderes que saibam olhar para a individualidade e tirar o melhor de cada liderado através do cuidado.
O tema vai de encontro com o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, comemorado neste sábado, 19 de novembro. A data foi definida pela ONU em 2014 com o objetivo de incentivar, reconhecer e valorizar o protagonismo feminino no campo empresarial.
Segundo estudo do SEBRAE, as mulheres já lideram 10,1 milhões de empreendimentos no Brasil e a participação feminina no mundo dos negócios chega a 34%, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc).
Empreendedoras são, antes de tudo, líderes. Responsáveis por gerenciar uma empresa, dezenas de projetos e até milhares de pessoas. Tudo ao mesmo tempo. Engana-se quem pensa que abrir e manter um negócio é tarefa fácil. E os obstáculos aumentam quando se é mulher.
Problemas como o preconceito, a dificuldade em conseguir crédito e a necessidade de se provar capaz além do necessário são algumas das adversidades enfrentadas por empreendedoras. Como solução, buscar uma rede de apoio e se inspirar em outras líderes e empreendedoras ajuda a saber lidar com os momentos difíceis.
Por isso, separamos 5 dicas das líderes que participaram do Women In Finance para ajudar mulheres a se destacarem em cargos de gestão e no empreendedorismo. Todos os painéis estão disponíveis, na íntegra, na plataforma 4She. Basta fazer um cadastro gratuito e acessar o conteúdo neste link.
Confira as dicas a seguir:
“A vida é uma via de mão dupla. Hoje você ajuda, incentiva, abre portas para outras mulheres e amanhã você é ajudada, alguém lembra de você, te chama para oportunidades incríveis”, disse Maria Silvia Bastos, conselheira independente e ex CEO do Goldman Sach, BNDES, CSN e Icatu.
O conselho também foi dado por Carolina Schmutzler, Global Subsidiaries Group Head do Citi Brazil. “Eu sempre guardo espaço na minha agenda para ajudar as pessoas porque já fui muito ajudada também. Quando precisei tomar uma grande decisão de carreira, pedi conselhos a diversas mulheres, contei com mentoras e pessoas que me ajudaram”, afirma a executiva.
Para Andrea Cruz, fundadora e CEO SerH1 Consultoria, essa atitude está relacionada à consciência social. “É entender que a gente se nutre devolvendo para a sociedade, e, assim, o sucesso vem”.
Impor limites e dizer o que é inegociável foram outros conselhos muito citados para executivas e empreendedoras durante o Women In Finance.
“Tenha coragem para falar o que não é negociável para você e não tenha medo achando que os seus limites vão te restringir”, disse Patrícia Feliciano, diretora executiva de Mercados em Crescimento da Accenture Brasil.
Já Maria Silvia contou que reserva uma hora do dia para si. “Temos que impor nossos limites. Às 7h, é a única hora do dia que eu tenho para mim mesma e uso para praticar esportes, que eu amo”, afirma.
A intuição feminina é sempre pauta de eventos, conversas e trocas. Entre as empreendedoras e líderes presentes no Women In Finance, o conselho foi unânime: siga a sua intuição. “O risco vai existir sempre, mas siga sua intuição”, afirma Carolina Schmutzler”.
“Nas reuniões dos conselhos de administração, eu sempre queria fazer uma pergunta e não fazia com medo de não ser uma questão boa. Até que algum homem tirava a mesma dúvida e todo mundo achava incrível. Hoje em dia, eu penso e falo, não tenho medo e sigo minha intuição”, contou Maria Silvia.
“As mulheres devem usar mais a própria intuição para liderar, é um movimento que com certeza vai ajudar a trazer mais resultados”, completou Juliane Yung, head da área de Global Corporate Banking e Sponsor das iniciativas de ESG Banco MUFG.
“Liderar é cuidar. O desafio de um head é cuidar das pessoas”, foi assim que Daniela Marques, presidente da Caixa deu mais um conselho para mulheres.
“Existe um espaço gigantesco para lideranças femininas porque liderar hoje é cuidar das pessoas, e as pessoas estão precisando de apoio, cuidado e acolhimento”, afirmou a líder de um dos maiores bancos do país.
No mesmo sentido foi a dica deixada por Juliane Yung. “A mulher proporciona uma liderança com intuição, com sentimento e com o emocional, o que faz toda a diferença”.
“Eu percebi que ser líder era olhar as pessoas físicas que estavam ali, entender que elas têm famílias, têm vida fora do trabalho. Eu admiro a liderança que vai além do profissional”, declarou Flavia Palacios, Ceo da Opea.
Qualquer empreendedora precisa enfrentar os medos ao entrar em novos desafios. Por isso, um dos principais conselhos deixados pelas líderes no Women In Finance foi sobre isso.
“Sempre recebi uma recomendação de não passar fraqueza, porque a mulher já era vista como fraca. Eu me percebi líder quando eu entendi que não precisava ser assim. Que eu podia admitir insegurança, medos, reconhecer que eu não sabia tudo e que isso não me fazia menos líder nem menos competente”, compartilhou a CEO da Opea, Flavia Palacios, que ainda finalizou: “Vá com medo mesmo que dá certo”.
A estratégia da gerente de marketing do Itaú, Wilaize Morais, é parecida. “Quando a síndrome da impostora aparece, eu dou nome a ela. A minha se chama ‘Sofi’. Assim, fica mais fácil olhar para os desafios e enfrentá-los”.
Durante o Women In Finance, que discutiu sobre o protagonismo e a liderança das mulheres no meio corporativo e no empreendedorismo, a Fin4She fez o lançamento da sua nova plataforma de apoio às mulheres, a 4She.
No site, executivas, empreendedoras e profissionais de qualquer área podem se cadastrar em um banco de currículos acessado por grandes empresas; conferir vagas e oportunidade; acessar cursos e conteúdos que promovem o desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres, além de participar da comunidade criada na plataforma.